quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sputnik, Meu Amor


"Na Primavera dos seus vinte e dois anos, Sumire apaixonou-se pela primeira vez na vida. Foi um amor intenso como um tornado abatendo-se sobre uma vasta planície, capaz de tudo arrasar à sua passagem, atirando com todas as coisas ao ar no seu turbilhão, fazendo-as em pequenos pedaços, esmagando-as por completo. Com uma violência que nem por um momento dava sinal de abrandar, o tornado soprou através dos oceanos, arrasando sem misericórdia o tempo de Angkor Vat, reduzindo a cinzas a selva indiana, tigres e tudo, para depois, em pleno deserto pérsico, dar lugar a uma tempestade capaz de sepultar sob um mar de areia toda uma exótica cidade fortificada. Em suma, um amor de proporções verdadeiramente monumentais. A pessoa por quem Sumire se apaixonou, além de ser casada, tinha mais dezassete anos do que ela. E, devo acrescentar, era uma mulher. Foi a partir daqui que tudo começou, e foi a partir daqui que (quase) tudo acabou."
É assim que começa um dos últimos livros que li. Encontrava-se na estante, junto de tantos outros, calmamente è espera de contar a sua história. Escrito na primeira pessoa, descobri que, apesar da distância, das diferenças culturais, da experiência de vida, o amor é universal e estar apaixonado faz-nos, em qualquer local e em qualquer tempo, sentir vivos!
Marquei a página de onde retirei esta frase, porque me fez parar e pensar que também me sinto assim, de vez em quando:
"(...) os momentos passados na sua companhia eram os mais preciosos da minha vida. Ao seu lado esquecia o meu eterno sentimento de solidão. Sumire expandia as fronteiras do meu mundo, ajudava-me a respirar fundo. Era a única pessoa capaz de o fazer."

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